
Era uma vez uma Vaca Vitória, que soltou um pum e acabou a história


- Cara eu beijo
- Coroa não.
Ela bateu na cadeira a minha frente e caiu, e de longe eu vi, coroa, um arrependimento bateu na hora, a tristeza tomando conta de mim, então alguém que vinha passando,a chutou, ela andou alguns centímetros, e mudou de lado, cara!
Abaixei e a peguei, sem pensar muito quando Emily por acaso olhou pra mim, eu a beijei, um beijo que durou segundos ou anos, não sei te dizer.
Depois daquele dia tudo mudou, saiamos diversas vezes, mandava flores para ela diariamente, eu estava perdidamente apaixonado, e o melhor disso tudo é que estava sendo retribuido.
Emily gostava de mim de verdade, e eu estava totalmente certo disso, ela vivia dizendo, o homem da vida dela que a vidente havia dito, sou eu.
Um dia andando pela rua olho na loja que estava informando o número vencedor Emily estava comigo e me ajudou a conferir os números, que infelizmente eu não havia ganho, em um ataque de raiva rasguei o papel e joguei a tal moeda da sorte longe.
Nessa noite eu não consegui dormir, e tudo que vinha na minha cabeça era a moeda girando e girando sem parar, levantei da cama desesperado e sai correndo pela rua, a procura da moeda, era madrugada, tudo estava deserto e escuro, o medo tomou conta de mim, estava perdido e não conseguia tomar nenhuma decisão sozinho.
Correndo caí no chão, e deitado naquele chão imundo a vi brilhar no canto de uma parede, impecável eu a peguei junto com um papel que parecia números de sorteio, números do sorteio da viagem!.
No dia seguinte, mesmo sem ter dormido direito, não fui ao trabalho e corri directo para a loja, conferi o número do sorteio e para minha surpresa, era o número certo, eu acabei de ganhar duas passagens para Paris!.
Não via a hora de contar a Emily esta noticia, deixei uma mensagem em seu celular e corri para casa.
Comecei a arrumar as roupas e todo o resto, a viagem era em dois dias, meu quarto estava uma bagunça, roupas e roupas para todos os cantos, por acidente liguei a televisão, hora do jornal como sempre noticias ruins.
"JOVEM É MORTA EM ASSALTO A BANCO, BANDIDOS ATIRAM NA JOVEM E SAEM COM O DINHEIRO"
"ACABAMOS DE RECEBER A INFORMAÇÃO QUE A JOVEM SE CHAMAVA EMILY E ERA GERENTE DE CAIXA"
Tudo ficou preto e branco, sem som, sem gosto.
Como era possível ela me abandonar justo agora?!. Larguei tudo e fui para o banco, havia muita policia, médicos e curiosos, não me deixavam passar.
Entrei em desespero, voltei para casa e me tranquei por dois, dias.
A um mês atrás não imaginava que isso tudo ia acontecer, tudo mudou por consequencia de uma moeda, uma moeda.
Hoje é o dia da viagem, não levei nenhuma roupa, peguei o avião e fui direto para Paris.
Durante o voo, Emily não saia de minha cabeça, e achar que eu era enfim o homem da vida dela, que estaria com ela até o fim, e estive.
Chegando em Paris, tudo tão bonito e frio.
Em meio tantas coisas diferentes quase esqueci de Emily, voltei a gelar por dentro, eu precisava dar um jeito nessa moeda e agora!.
Veja só o que ela fez, matou a única pessoa que eu amava, estou aqui longe de casa e de tudo, sozinho, se ela é mesmo a moeda que decide meu destino, vamos descobrir agora.
Fui para cima de um prédio, cheguei na beirada, com toda coragem que não tinha no peito, peguei a moeda a joguei!
- Cara eu pulo
- Coroa não.
Até hoje não se sabe o que deu, uns dizem que foi cara, outros coroa, que Victor vive em Paris sozinho até hoje tomando decisões pela moeda.
Nunca se sabe realmente o que aconteceu, acha que ele pulou? acha que não?
Pegue uma moeda e a jogue pro alto.
- Cara sim
- Coroa não.
"Não deixe que objectos e pessoas tomem decisões por você,Seu destino é você quem faz, seu passado não muda, mas seu futuro sim".
- Anteriormente ...
- Bonita moeda
- Obrigado, minha moeda da sorte
- Que legal, todo mundo tem um amuleto, funciona?
- Até agora nunca falhou, prazer Victor
- Prazer Emily

Depois da troca de nomes e olhares, Emily pegou sua refeição matinal se despediu de mim e virou as costas e ia saindo.
- Cara eu a chamo pra sair.
- Coroa não.
A moeda girou por tanto tempo que pra mim pareciam uma eternidade.Enfim ao cair sobre minha mão vi que deu coroa, fiquei sem jeito e com mais vontade ainda de ir atrás dela, mas respeitei o destino da moeda e me contive.
Tirei o outro dia de folga, de manhã sai para fazer compras, passando em frente a uma loja vejo um sorteio de uma passagem para Paris, isso me chamou bastante atenção, ponho a mão no bolso e pego a moeda, enquanto a moeda gira no ar eu penso.
- Cara eu participo
- Coroa não
Peguei a moeda e pressionei contra meu pulso, o coração bateu forte, levantei a mão e olhei a figura do homem careca, CARA!
Corri para dentro da loja e fiz minha inscrição, dentro de um mês eu teria a resposta, fiz compras e voltei para casa, deitei na cama sorrindo de cara a cara!
No outro dia Emily que feio falar comigo, estava animada e encantadora.
- Bom dia Victor
- Bom dia Emily, como vai?
- Ótima, não poderia estar melhor!
- Me parece realmente boa, que homem te deixou assim?
- Homem? não, ainda não.
Eu fui numa cigana e ela disse que vou encontrar o amor da minha vida só espero que não demore
- Que interessante, boa sorte com essa procura
- Obrigada Victor, até logo, tenha um bom dia.
Toda saltitante saiu da lanchonete sorrindo para todos na rua.
Emily era comum como todas as garotas da cidade, trabalhava no banco e estudava administração, morava com os pais, tinha duas irmãs e era a irmã mas nova, adorava sair para festas com as amigas, quase sempre estava com um garoto diferente, bem popular e querida por muitos, inclusive eu.
Depois de uma semana entre até logo e logo mais, resolvi tomar coragem, e a convidei para sair. Gaguejei ao dizer "Quer sair comigo?", me senti uma criança que nem ainda completou o primeiro ano.
E por incrível que pareça ela aceitou, aceitou, aceitou . . .
Encontrei Emily em frente ao cinema no qual marcamos, linda como de costume, comprei uma pipoca e dois refrigerantes grandes, íamos assistir um romance qualquer, eu estava mais ligado nela do que no filme.
Dentro do cinema eu estava nervoso, um frio na barriga que quase congelava minha alma, Emily estava totalmente concentrada na tela, reagia a cada sentimento que passava, eu só precisava esperar a hora certa, mas não sabia que horas nem como.
Em desespero coloquei a mão no bolso, e a achei, esperando por mim.mas como eu iria jogar a moeda dentro do cinema? ela iria notar? o que faço? e agora?
Nesses pensamentos a moeda caiu da minha mão e foi rolando até o próximo banco, então pensei.
- Cara eu beijo
- Coroa não.
- CONTINUA -


Acordei cedo demais para ter noção de que tinha pra fazer, meus olhos pesavam toneladas e minha mente estava lenta assim como o meu corpo.
Fiquei sentado na cama olhando para a claridade do Sol, quem sabe assim eu não despertava, a cortina de verde limão, estava com um tom amarelado e todo o resto do quarto em tom de verde limão.
Ainda sentado lembrei de um sonho que tive, sobre um barco que voava em cima de minha casa, e no momento que ele passava eu desmaiei, devia estar ficando louco. Tentei levantar mas ainda estava fraco, isso me fez cair deitado na cama novamente.
Rolei lentamente para o chão e engatinhei até o radio, a música que tocava era animadora, mas meus ouvidos a transformava em uma sinfonia sonolenta.
Abri a janela e vi um avião passar em cima de casa, a sombra fez com que eu piscasse milhares de vezes, que não ajudou muito, meus olhos ficaram ainda mais pesado, tentei andar de olhos fechados, e acabei chutando a cama, não tive forças para gritar, perdi o equilíbrio e por acidente fechei a cortina, o quarto escureceu em verde limão novamente.
Sentei na cama e puxei o pé para ver como ficou, e todo tonto acabei deitando na cama de uma forma bastante confortável, virei de lado e olhei para o rádio, concentrei para ouvir a música que dizia: "Dorme agora, é só o vento lá fora".
Dei um sorrio torto e sem motivo e tudo escureceu, voltei a dormir.

